Friday, January 26, 2007

Arnal Jabor

Crônica de Arnaldo Jabor

Crônica do Arnaldo Jabor
DRA ROSA CÉLIA BARBOSA X GALISTEU

Será que a opinião pública está tão interessada assim na visão que Narcisa Tamborindeguy ou Adriane Galisteu têm da vida? A julgar Pelo espaço que a mídia dedica a esse tipo de formador (?????) de opinião, o Brasil virou um imenso Castelo de Caras.
Adriane Galisteu, após o seu casamento relâmpago, falou às páginas amarelas de "Veja" e deu aula Magna de insensibilidade, egoísmo E...sinceridade! Estranha mistura, mas a moça tem razão quando se diz Sincera. Ela não engana, revela-se de corpo (e que corpo!) inteiro, e o Retrato que aparece é assustador!
Adriane teve uma infância atribulada, perdeu o pai aos 15 Anos,ainda pobre, e um irmão com AIDS quando já não era tão pobre. - "Eu não tinha um tostão, não tinha dinheiro para comprar um Pastel. Meu irmão estava doente. Minha mãe ganhava 190 reais do INSS,meu Pai já tinha morrido. Eu sustentava todo mundo e não tinha poupança alguma."
Peço licença a Adriane, mas vou falar de outra infância Triste de mulher. A de Rosa Célia Barbosa. Seu perfil - admirável - surgiu Em recente reportagem da "Vejinha" sobre os melhores médicos do Rio de Janeiro. Alagoana, pequena, 1m50cm, começou a sua odisséia aos sete Anos.Largada num orfanato em Botafogo, Rosa Célia chorou durante meses.
"Toda mulher de saia eu achava que era a minha mãe que vinha me buscar. Depois de um tempo, desisti..".
Voltemos a Adriane Galisteu. Ela é rica, bem sucedida, e "nem Na metade da escada está ainda". A escada, não deixa de ser uma boa imagem
Para alguém que - como uma verdadeira Scarlet O´Hara de tempos neoliberais(muito mais neo que liberais) - resolveu que nunca mais vai Passar fome. Até aí, tudo bem; mas é desconcertante ver como o sofrimento Pode levar à total insensibilidade.
Pergunta da repórter a Adriane se ela faria algo para o bem do outro:
- "Para o bem do outro? Não, só faço pelo meu bem. Essa coisa de dar sem Cobrar, dar sem pedir, não existe. Depois, você acaba jogando isso na cara do outro.
- "Você nunca cede, então?
- "Cedo, claro que cedo. Já cedi em coisas que não afetam a minha vida. Ele gosta de dormir em lençol de linho e eu gosto de dormir em lencol de seda. Aí dá para ceder..."
Rosa Célia fez vestibular de medicina quando morava de favor num quartinho e trabalhava para manter-se. Formou-se e resolveu dedicar-se à Cardiologia neonatal e infantil, quando trabalhava no Hospital da Lagoa. Sem Saber inglês, meteu na cabeça que teria que estudar no National HeartHospital, em Londres, com Jane Sommerville, a maior especialista Mundial no assunto. Estudou inglês e conseguiu uma bolsa e uma carta da Dra. Sommerville. Em Londres, era gozada pelos colegas ingleses por causa de seu inglês jeca.
Ganhou o respeito geral quando acertou um diagnóstico difícil numa Paciente escocesa, após examiná-la por oito horas seguidas. - "Ela falava um inglês ainda pior do que o meu", lembra Rosa Célia divertida.
Adriane Galisteu está rica, mas não confia em ninguém, salvo na mãe. Nem nos amigos. Vejam:
- "Eu não posso sair confiando nas pessoas". Não tenho motorista, nem segurança, por isso mesmo. É mais gente para te trair. Eu confio mais nos Bichos do que nas pessoas. Ainda existem pessoas que acham que eu tenho amnésia. Muitas das que convivem comigo hoje já me viraram a cara
Quando estava por baixo. Mas você pensa que eu as trato mal? Trato com a Maior naturalidade. Porque elas podem até me usar, mas eu vou usá-las também. É uma troca."
De Londres, Rosa Célia iria direto para Houston, nos Estado Unidos. Fora escolhida e convidada para a Meca da cardiologia Mundial.Futurobrilhante a aguardava. Uma gravidez inesperada atrapalhou o sonho.Pediu 24 horas para pensar e optou pelo filho, voltando ao Rio de Janeiro. Reassumiu seu cargo no Hospital da Lagoa e abriu consultório. Mas Todo ano viaja para estudar. Passa no mínimo um mês no Children´s Hospital, Em Boston, trabalhando 12 horas por dia.
- "Você gosta de dinheiro, (Adriane)??"
- "Adoro dinheiro e detesto hipocrisia". Gasto, gosto de gastar, gosto de não fazer conta, de viajar de primeira classe. Tem gente que fala: esse Dinheiro que ganhei eu vou doar... O meu eu não dôo não. O meu eu dôo é para a minha conta. Eu adoro fazer o bem, mas também tenho minhas prioridades: minha casa, minha família. Primeiro vou ajudar quem está mais próximo. Mas faço minhas campanhas beneficentes."
Rosa Célia atualmente chefia um sofisticadíssimo centro cardiológico, o Pró-Cardíaco. Lá são tratados casos limite, histórias tristes. O hospital é privado e caríssimo, mas ela achou um jeito de operar ali crianças sem posses. Criou uma ONG, passa o chapéu, fala com amigos e com empresários. O seu Projeto Pró-Criança já atendeu mais de 500, e 120 foram operadas.
- "Sonhei a vida inteira e fiz. Não importou ser pobre, mulher,baixinha, alagoana. Eu fiz."
Voltemos a Adriane Galisteu e esbarraremos, brutalmente, na frustração.
- "Já tive vontade de viajar e não podia. Queria ter um carro e não tinha. Queria ter feito uma faculdade e não tive dinheiro. Não que eu sinta falta de livros, porque livro a gente compra na esquina, e conhecimento a gente adquire na vida. Eu sinto falta é de contar para os amigos essas histórias que todo mundo tem, do tempo da faculdade."
Duas vidas, dois perfis fora da normalidade, matéria-prima para os órgãos de imprensa. Mas qual é a mais valorizada pela mídia hoje em dia? É fácil constatar e chegar à conclusão de que há algo muito errado com a nossa sociedade.
Pode ser até que o leitor tenha interesse mórbido em saber o que as louras e morenas burras ou muito espertas andam fazendo, mas a mídia não deve limitar-se a refletir e a conformar-se com a mediocridade, o vazio, o oportunismo e a falta de ética.
Os órgãos de imprensa devem ter um papel transformador na sociedade e, nesse sentido, estaríamos melhor servidos se houvesse mais Rosas Célias nos jornais, nas revistas e TVs que nos cercam.
Voltando ao Castelo de Caras, as belas Adrianes, Narcisas, Lucianas, Suzanas ou Carlas, certamente encontrarão lá um espelho mágico... Se for mesmo mágico dirá que Rosa Célia é mais bela do que todas vocês.
(Se você gostou, caro Amigo, divulgue. Vamos multiplicar e fazer a nossa parte num programa de Fome Zero de cultura)

Thursday, January 18, 2007

o Caio caído.

----- Original Message -----

From: CAIO, DEUS LIBERTOU VOCÊ!

To: contato@caiofabio.com

Sent: Wednesday, January 17, 2007 6:38 AM

Subject: O espinho de Caio








Quando Paulo pediu a Deus que retirasse o espinho que trazia em sua carne, recebeu como resposta que aquele flagelo servia como alerta a ele e os crentes, que o Paulo idealizado, o super-Paulo, não deveria ofuscar jamais a mensagem genuína do evangelho trazida pelo Paulo discípulo.



Até 98, Caio, os evangélicos haviam formado um personagem, uma caricatura de um super-Caio. Mesmo contra a sua vontade e em todos os momentos negado por você, este super-Caio habitava as mentes doentes de crentes, recalcados e complexados. Viam em você um super-herói, capaz de levá-los à Presidência da República, e, como um novo Davi, construir uma "nação evangélica", expulsando todas as outras crenças mundanas.



Eram e são pessoas incapazes de interpretar um parágrafo sequer ou entender uma frase ao menos do que você falava e escrevia, antes porém preferiam alimentar aquela ilusão, construindo um super-Caio infalível, um invencível X-men, meio homem meio deus, que na verdade era um Caio caído.



Quando em 98 Deus coloca não um espinho mas um verdadeiro espinheiro em sua vida, aquele Caio caído morre e, graças a Deus, fica somente um Caio humano, que sofre e peca como os nós; pois na verdade é um de nós. E a quem Deus diz: “A minha graça te basta!”



Desse modo, você ficou livre para trazer a mensagem do evangelho sem subterfúgios.



Diferentemente dos "super-heróis de hoje" que, se forem espinhados, murchariam e nada sobraria deles.



Quando o Sr. Linha te mandou aquela carta dizendo - “se você quiser, ainda pode voltar a ser o que você era, basta se humilhar (ser um de nós)”; — logo me veio à mente o verdadeiro autor desta frase. - "Tudo te darei (mídia, fama, poder e grana) se prostrado me adorares".



Por fim muito me alegro, pois se Deus põe seus espinhos de amor naqueles a quem ama, também colocou alguns em mim.



Um abraço amigo!



Oliver.



Nele que recebeu os cravos e espinhos por amor a mim!

______________________________________



Resposta:





Meu amigo amado: Graça e Paz!





Hoje, para muitos, começa a ficar mais fácil ver isso. Entretanto, em 1998, enquanto acontecia, encontrei ao todo apenas três pessoas que viam como você declara hoje. Meu pai, minha mãe e minha hoje esposa, Adriana. Para os demais era o fim...



Morri. E creio que à época, por mais aberto que você seja ou já fosse, nem você teria visto ou sentido como hoje, quase uma década depois.



Dou graças a Deus que você vê assim. Mas saiba: sei que você não via assim naquele tempo. Sim! Porque então, quem muito via, não via nada. Nem eu!



Com relação ao que você escreveu acerca do processo de “totemização” que aconteceu na “mente coletiva evangélica” a meu respeito — creio ser fato; e tenho expressado isto em diferentes lugares (aqui no site há muitos textos que tratam do tema em questão).



Falei no assunto em conferencias da Vinde, em livros, e em pregações, desde 1983, quando comecei a sentir os primeiros sinais disso se tornarem evidentes —; e, à época, a maior prova disso era a passionalidade com a qual me travavam, como se eu fosse o marido e o amante de todos, a ponto de ficarem magoados se eu não pudesse atender aos pedidos e solicitações que me faziam.



Era um inferno!



Meu livro “Confissões de um Pastor” também é um grito explicito disto, escrito e publicado em 1996. Está tudo lá. Quem leu, não entendeu porque não quis; pois, saiba: eles vêem, só não querem enxergar; ouvem, só não querem escutar; e sabem, só não querem admitir — a fim de não terem que se converter ao Evangelho da Graça de Deus.



Também falei extensamente acerca do fenômeno em meu livro “O Enigma da Graça”.



E o que há com “eles”?



Ora, sofrem da doença de Israel, diagnosticada pelos profetas e explicitada por Jesus!



Os que eu creio que haviam me visto como gente o tempo todo foram apenas os que me trataram a vida toda com toda normalidade, antes, durante e depois de tudo; os quais, reconheciam a Graça de Deus em minha vida, mas nunca confundiram aquilo comigo, como seu fosse o pai-de-mim-mesmo.



Minha vida hoje em nada é diferente da vida de antes, exceto pelos cem anos a mais de sentir e de discernir que me foram acrescentados; e pela quietude à qual hoje dou prioridade sobre todas as coisas horizontais.



Quero “a melhor parte”, aquela que Jesus disse à Marta e Maria que “não é tirada”.



Sobre o tema do pecado levantado por você, digo o seguinte:



Não peco nem mais nem menos do que antes. Sou pecador porque sou pecador, não porque peco; afinal, também digo há trinta e três anos, algo que aprendi com meu paizinho: “Você peca porque é pecador, e não é pecador porque peque; pois, seu pecado é que faz você pecar!”



Do ponto de vista humano eu sei que vivi uma vida irrepreensível, no espírito do que Paulo diz dever ser a qualificação de um bispo ou presbítero. Eu sei, a mãe de meus filhos sabe, eles também, e todos os que serviram comigo durante anos. Assim foi até que deixou de ser... E eu quase morri de dor.



Hoje vivo do mesmo modo, apenas sem um monte de neuroses sutis que a relação com a “massa evangélica” me causava, e eu nem sentia.



O Inconsciente Coletivo Evangélico é uma potestade poderosa, e, se a pessoa não estiver atenta, mesmo julgando-se livre “daquilo”, como sempre me entendi, ainda assim, muita coisa entra, e instila em você sentimentos que nada têm a ver com o Evangelho.



Portanto, o que você narrou, sempre foi algo que teve a ver com outros, contra minha vontade (como você colocou), e que, graças a Deus, veio abaixo por amor a eles; pois, entre eles, há milhões que amam a Deus e querem a Palavra; tendo sido, entretanto, sempre barrados pelos líderes que não querem nada que não lhes dê muito lucro, fama, poder, dinheiro e confortos...



E eu sei que eles ficaram muito mais ricos depois que saí de cena, e, também sei que tudo o que eles almejaram de todo o coração era que eu ficasse morto!



Sei por intuição ou revelação?



Não! Eles falaram na TV, nas rádios, nas revistas, nos jornais, nas igrejas, nos encontros de pastores, em onde puderam — e eu tenho centenas e centenas de testemunhas disto. Sim! Eles até se reuniram mais de uma vez para repartir o que chamaram de “o legado do Caio”.



Os que me odiavam pelo meu caminho e mensagem atrapalhar os planos deles, esses expressaram sua hostilidade, e fizeram dela doutrina para o povo evangélico. Já os que apenas achavam que se não podiam comigo, melhor seria estar perto, pegar carona, e posar de amigos — esses, quando tudo aconteceu, pensaram: “Como a gente andava com eles, vai sobrar tudo pra nós. Vejamos então como repartir as fatias...!”



Ah! Se eu hoje escrevesse as minhas “Confissões”, e nelas além de minhas próprias confissões também contasse tudo o que sei e ouvi, muita gente boa iria ficar sem saber pra onde ir.



Aqui e ali digo coisas. E muita gente se espanta. Há aqueles que pensam que é exagero, ou que é amargura, etc. Todavia, eles não sabem é que aquilo é a pontinha do Iceberg, e que se eu fosse amargurado, não estaria tratando de tudo como trato, sempre na esperança de que se convertam, mas, ao contrario disso, contaria o que sei, com nomes, datas, dias, meses, anos, e muitas e muitas testemunhas, e, para alguns casos, provas escritas, etc.



Todavia, não foi para isto que Deus me livrou das cadeias da religião. Antes, como você já percebeu, foi apenas para pregar o Evangelho de Jesus, sem rodeios e sem tempo a perder.



Você não tem idéia de como fico feliz ao encontrar pessoas como você, que crescem para discernir a Graça de Deus em ação em nosso caminhar histórico.



Fama? Poder? Dinheiro? Ora, saiba: se eu gostasse disso, estaria mais que muitas vezes milionário, inclusive hoje!



Entretanto, quero de Deus apenas o que for para Deus!



“Concedeu-lhes o queriam, mas fez definhar-lhes a alma” — diz o salmo.



Para mim esse deveria ser o epitáfio desta geração de “evangélicos”!



Querido amigo, saiba que é sempre um prazer, encontrando as suas cartas, responde-las. Se não respondo tudo, é porque somente anjos o conseguiriam, ou, então, evangelistas americanos, com suas máquinas de respostas impessoais, tiradas de modo numerado do computador. Aqui tudo vai na minha mão, ainda que doendo toda, e catando milho...





Receba meu carinho e meu beijão!





Nele, que foi coroado com espinhos,