Friday, March 02, 2007

e quanto a mim ?

SEGUE TEU PRÓPRIO CAMINHO
Então, Pedro, voltando-se, viu que também o ia seguindo o discípulo a quemJesus amava, o qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus e perguntara: Senhor, quem é o traidor?Vendo-o, pois, Pedro perguntou a Jesus: E quanto a este?Respondeu-lhe Jesus: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que teimporta?Quanto a ti, segue-me. João 21:20-22Pouca gente tem coragem de perguntar “quanto a mim”. A maioria apenas quer saber dos outros. A questão pode parecer piedosa. “Quem é o traidor?” Ou pode soar suavemente ressentida. “E quanto a este?” — mas o que se quer, pela pergunta que não é “quanto a mim”, é usar o amor recebido a fim de granjear privilégios de informações que são apenas fruto da intimidade com um outro mais poderoso do que nós; ou então tem a ver com comparar o destino dos outros com o nosso. No primeiro caso encontra-se com a mais sutil vaidade. No segundo com uma clara forma de ressentimento que busca comparações. Ora, João sabia por si mesmo que não era o traidor. E Pedro sabia que era amado, e que poderia cuidar das ovelhas de Jesus, apesar de o haver traído. Mas quem resiste querer saber sobre o destino alheio? Sim, especialmente quando se tem a liberdade de deitar sobre o peito de Jesus, à semelhança de João; e principalmente quando se o ouviu dizer que nós, apesar de perdoados, ainda nos encontraremos em fraqueza, sendo guiados para onde não queremos ir, sem controle sobre as circunstâncias? — como era o caso de Pedro em particular. Assim é o coração humano em estado natural, por melhor que seja. Quer saber acima dos demais, esteja alegre ou triste. Não basta que no coração se saiba quem se é; pois sempre se quer saber sobre o outro!Sim, parece que o destino dos outros é o que referenda quem somos, e não quem de fato se é. A cura que Jesus propõe é simples. Ele nos faz nos interessarmos pelo nosso próprio caminho; pois, somente assim teremos coração para cuidar de nós mesmos e dos outros — e não do destino alheio — sem o espírito que se envaidece quando o nosso caminho parece mais fofo; ou ainda com o coração que só se sente amado se o destino dos outros for pior que o nosso, do nosso ponto de vista. Portanto, que ecoe para sempre em cada de nós a afirmação de Jesus: “Quanto a ti, segue-me”. Aqui reside a saúde de nosso caminhar, seja o que for o que nos aguarde. Seja como a longevidade de João, com o mito de que ele não morreria; ou como o caminho de Pedro, com a certeza da fraqueza e da morte. Sim, que te importa? Ou o que me importa? O que importa é apenas o “quanto a ti” dito por Jesus a nosso respeito; e, consequentemente, nossa disposição de perseverar em nosso próprio caminho Nele — que é o Caminho de todos nós.

Friday, February 16, 2007

COMO DEUS AGE ?

Saber como Deus age seria algo maravilhoso e na verdade esta é a grande pergunta que sempre fazemos. Quem conseguir respondê-la , terá sempre uma multidão a lhe seguir , mesmo que esteja mentindo.
Este é um desejo tão pulsante no coração humano que mesmo que aquele “modo operante divino” seja a coisa mais ridícula e descontextualizada da realidade , prefere-se crer nisto a ter que conviver com a incerteza da imprevisibilidade de Deus.
Andar com Deus é exatamente assim, imprevisível quanto a situações e circunstâncias que venham a ser vividas e a única certeza que temos é a presença do consolador Espírito Santo. Ainda que você ache uma blasfêmia ou ainda absoluta falta de fé da minha parte, posso lhe garantir que assim como quem escolheu um caminho solo, sem Deus, você também experimentará momentos da mais profunda tristeza, angústia e sentimento de desamparo.
Conhecer o modo de Deus agir é impossível mas podemos conhecer pelo menos três propósitos pelos quais ele age. Se há outros? Por certo que há pois assim como mais altos são os céus do que a terra, assim são seus caminhos mais altos que deste falador aqui. Mas um mapa esboçado de si mesmo Ele deixou para que pudéssemos entender seus propósitos.

I – JESUS, O MAPA

Jo 9:1- em Jerusalém, Jesus vai ao cego e usa lama
Mc 8:22- em Betsaida, O cego é trazido por alguém
Mc 10:46- em Jericó, o cego grita por Jesus que apenas fala com ele

Jesus mostra que Deus não se circunscreve a lugar, modo ou resultado imediato, porém João cap 9 nos dá uma pista quanto aos propósitos.

I.I - Manifestar a Gloria de Deus.

Como os discípulos, nos sentimos propensos a atribuir qualquer desconforto ou problema a um pecado, erro ou ação diabólica, enquanto que Jesus mostra que o propósito daquela situação era divina e não diabólica.
A “glória” manifesta também não foi imediata e aos discípulos pareceu mais uma cena grotesca que necessariamente uma demonstração de poder. O cego só veio a enxergar após ter ido se lavar e o primeiro a ver a glória foi o próprio cego. Porém a maravilha do milagre foi muito além da cura em si, pois transformara um homem totalmente inculto, em mais que um profundo teólogo. Fizera dele um teófilo sem mesmo saber o nome de quem o curara.
O primeiro propósito de Deus e fazer-nos teofilos, revelando-se a nós, rompendo nossa cegueira espiritual, não importando a maneira como irá fazê-lo.

I.II – Libertar-me para que me manifeste a e Ele.

Antes de poder formular qualquer definição a respeito de Jesus, no vrs 25 o que fora cego, afirma que não se importava com o nome, título ou atribuições de Jesus, porque para ele o que importava era o Jesus que ele havia provado. Jesus passara a ser o seu Cristo (libertador) pessoal, mesmo que para os outros não passasse de um pecador.
Jesus proporcionara a ele ter um percepção real de quem ele era.
Ele conheceu a Jesus em maior profundidade sem nunca tê-lo visto e até aos fariseus podia dar testemunho disto e isto só foi possível por que ele agora sabia quem realmente era.
“Fui cego, inclusive com relação a mim mesmo, mas agora vejo”. Só posso me aproximar de Deus se não for cego com relação a mim mesmo.

I.III – Manifestar-se entre nós

O evangelho de João é pródigo em mostrar que Jesus muito valorizava a coletividade embora sempre agisse individualmente.
A mulher samaritana, as orientações aos discípulos são exemplos do propósito com o qual Jesus relacionava-se. Fazer delas novas criaturas para o próximo.
O melhor culto que posso prestar a Deus, certamente é ser nova criatura para o outro.
Nisto consiste a adoração e o verdadeiro discipulado (cap13 vrs 34).
Não entender esta dimensão do evangelho, é não entender o próprio evangelho.
Se pedimos que Deus aja em nós, a manifestação deste agir se dará entre nós.

Friday, January 26, 2007

Arnal Jabor

Crônica de Arnaldo Jabor

Crônica do Arnaldo Jabor
DRA ROSA CÉLIA BARBOSA X GALISTEU

Será que a opinião pública está tão interessada assim na visão que Narcisa Tamborindeguy ou Adriane Galisteu têm da vida? A julgar Pelo espaço que a mídia dedica a esse tipo de formador (?????) de opinião, o Brasil virou um imenso Castelo de Caras.
Adriane Galisteu, após o seu casamento relâmpago, falou às páginas amarelas de "Veja" e deu aula Magna de insensibilidade, egoísmo E...sinceridade! Estranha mistura, mas a moça tem razão quando se diz Sincera. Ela não engana, revela-se de corpo (e que corpo!) inteiro, e o Retrato que aparece é assustador!
Adriane teve uma infância atribulada, perdeu o pai aos 15 Anos,ainda pobre, e um irmão com AIDS quando já não era tão pobre. - "Eu não tinha um tostão, não tinha dinheiro para comprar um Pastel. Meu irmão estava doente. Minha mãe ganhava 190 reais do INSS,meu Pai já tinha morrido. Eu sustentava todo mundo e não tinha poupança alguma."
Peço licença a Adriane, mas vou falar de outra infância Triste de mulher. A de Rosa Célia Barbosa. Seu perfil - admirável - surgiu Em recente reportagem da "Vejinha" sobre os melhores médicos do Rio de Janeiro. Alagoana, pequena, 1m50cm, começou a sua odisséia aos sete Anos.Largada num orfanato em Botafogo, Rosa Célia chorou durante meses.
"Toda mulher de saia eu achava que era a minha mãe que vinha me buscar. Depois de um tempo, desisti..".
Voltemos a Adriane Galisteu. Ela é rica, bem sucedida, e "nem Na metade da escada está ainda". A escada, não deixa de ser uma boa imagem
Para alguém que - como uma verdadeira Scarlet O´Hara de tempos neoliberais(muito mais neo que liberais) - resolveu que nunca mais vai Passar fome. Até aí, tudo bem; mas é desconcertante ver como o sofrimento Pode levar à total insensibilidade.
Pergunta da repórter a Adriane se ela faria algo para o bem do outro:
- "Para o bem do outro? Não, só faço pelo meu bem. Essa coisa de dar sem Cobrar, dar sem pedir, não existe. Depois, você acaba jogando isso na cara do outro.
- "Você nunca cede, então?
- "Cedo, claro que cedo. Já cedi em coisas que não afetam a minha vida. Ele gosta de dormir em lençol de linho e eu gosto de dormir em lencol de seda. Aí dá para ceder..."
Rosa Célia fez vestibular de medicina quando morava de favor num quartinho e trabalhava para manter-se. Formou-se e resolveu dedicar-se à Cardiologia neonatal e infantil, quando trabalhava no Hospital da Lagoa. Sem Saber inglês, meteu na cabeça que teria que estudar no National HeartHospital, em Londres, com Jane Sommerville, a maior especialista Mundial no assunto. Estudou inglês e conseguiu uma bolsa e uma carta da Dra. Sommerville. Em Londres, era gozada pelos colegas ingleses por causa de seu inglês jeca.
Ganhou o respeito geral quando acertou um diagnóstico difícil numa Paciente escocesa, após examiná-la por oito horas seguidas. - "Ela falava um inglês ainda pior do que o meu", lembra Rosa Célia divertida.
Adriane Galisteu está rica, mas não confia em ninguém, salvo na mãe. Nem nos amigos. Vejam:
- "Eu não posso sair confiando nas pessoas". Não tenho motorista, nem segurança, por isso mesmo. É mais gente para te trair. Eu confio mais nos Bichos do que nas pessoas. Ainda existem pessoas que acham que eu tenho amnésia. Muitas das que convivem comigo hoje já me viraram a cara
Quando estava por baixo. Mas você pensa que eu as trato mal? Trato com a Maior naturalidade. Porque elas podem até me usar, mas eu vou usá-las também. É uma troca."
De Londres, Rosa Célia iria direto para Houston, nos Estado Unidos. Fora escolhida e convidada para a Meca da cardiologia Mundial.Futurobrilhante a aguardava. Uma gravidez inesperada atrapalhou o sonho.Pediu 24 horas para pensar e optou pelo filho, voltando ao Rio de Janeiro. Reassumiu seu cargo no Hospital da Lagoa e abriu consultório. Mas Todo ano viaja para estudar. Passa no mínimo um mês no Children´s Hospital, Em Boston, trabalhando 12 horas por dia.
- "Você gosta de dinheiro, (Adriane)??"
- "Adoro dinheiro e detesto hipocrisia". Gasto, gosto de gastar, gosto de não fazer conta, de viajar de primeira classe. Tem gente que fala: esse Dinheiro que ganhei eu vou doar... O meu eu não dôo não. O meu eu dôo é para a minha conta. Eu adoro fazer o bem, mas também tenho minhas prioridades: minha casa, minha família. Primeiro vou ajudar quem está mais próximo. Mas faço minhas campanhas beneficentes."
Rosa Célia atualmente chefia um sofisticadíssimo centro cardiológico, o Pró-Cardíaco. Lá são tratados casos limite, histórias tristes. O hospital é privado e caríssimo, mas ela achou um jeito de operar ali crianças sem posses. Criou uma ONG, passa o chapéu, fala com amigos e com empresários. O seu Projeto Pró-Criança já atendeu mais de 500, e 120 foram operadas.
- "Sonhei a vida inteira e fiz. Não importou ser pobre, mulher,baixinha, alagoana. Eu fiz."
Voltemos a Adriane Galisteu e esbarraremos, brutalmente, na frustração.
- "Já tive vontade de viajar e não podia. Queria ter um carro e não tinha. Queria ter feito uma faculdade e não tive dinheiro. Não que eu sinta falta de livros, porque livro a gente compra na esquina, e conhecimento a gente adquire na vida. Eu sinto falta é de contar para os amigos essas histórias que todo mundo tem, do tempo da faculdade."
Duas vidas, dois perfis fora da normalidade, matéria-prima para os órgãos de imprensa. Mas qual é a mais valorizada pela mídia hoje em dia? É fácil constatar e chegar à conclusão de que há algo muito errado com a nossa sociedade.
Pode ser até que o leitor tenha interesse mórbido em saber o que as louras e morenas burras ou muito espertas andam fazendo, mas a mídia não deve limitar-se a refletir e a conformar-se com a mediocridade, o vazio, o oportunismo e a falta de ética.
Os órgãos de imprensa devem ter um papel transformador na sociedade e, nesse sentido, estaríamos melhor servidos se houvesse mais Rosas Célias nos jornais, nas revistas e TVs que nos cercam.
Voltando ao Castelo de Caras, as belas Adrianes, Narcisas, Lucianas, Suzanas ou Carlas, certamente encontrarão lá um espelho mágico... Se for mesmo mágico dirá que Rosa Célia é mais bela do que todas vocês.
(Se você gostou, caro Amigo, divulgue. Vamos multiplicar e fazer a nossa parte num programa de Fome Zero de cultura)

Thursday, January 18, 2007

o Caio caído.

----- Original Message -----

From: CAIO, DEUS LIBERTOU VOCÊ!

To: contato@caiofabio.com

Sent: Wednesday, January 17, 2007 6:38 AM

Subject: O espinho de Caio








Quando Paulo pediu a Deus que retirasse o espinho que trazia em sua carne, recebeu como resposta que aquele flagelo servia como alerta a ele e os crentes, que o Paulo idealizado, o super-Paulo, não deveria ofuscar jamais a mensagem genuína do evangelho trazida pelo Paulo discípulo.



Até 98, Caio, os evangélicos haviam formado um personagem, uma caricatura de um super-Caio. Mesmo contra a sua vontade e em todos os momentos negado por você, este super-Caio habitava as mentes doentes de crentes, recalcados e complexados. Viam em você um super-herói, capaz de levá-los à Presidência da República, e, como um novo Davi, construir uma "nação evangélica", expulsando todas as outras crenças mundanas.



Eram e são pessoas incapazes de interpretar um parágrafo sequer ou entender uma frase ao menos do que você falava e escrevia, antes porém preferiam alimentar aquela ilusão, construindo um super-Caio infalível, um invencível X-men, meio homem meio deus, que na verdade era um Caio caído.



Quando em 98 Deus coloca não um espinho mas um verdadeiro espinheiro em sua vida, aquele Caio caído morre e, graças a Deus, fica somente um Caio humano, que sofre e peca como os nós; pois na verdade é um de nós. E a quem Deus diz: “A minha graça te basta!”



Desse modo, você ficou livre para trazer a mensagem do evangelho sem subterfúgios.



Diferentemente dos "super-heróis de hoje" que, se forem espinhados, murchariam e nada sobraria deles.



Quando o Sr. Linha te mandou aquela carta dizendo - “se você quiser, ainda pode voltar a ser o que você era, basta se humilhar (ser um de nós)”; — logo me veio à mente o verdadeiro autor desta frase. - "Tudo te darei (mídia, fama, poder e grana) se prostrado me adorares".



Por fim muito me alegro, pois se Deus põe seus espinhos de amor naqueles a quem ama, também colocou alguns em mim.



Um abraço amigo!



Oliver.



Nele que recebeu os cravos e espinhos por amor a mim!

______________________________________



Resposta:





Meu amigo amado: Graça e Paz!





Hoje, para muitos, começa a ficar mais fácil ver isso. Entretanto, em 1998, enquanto acontecia, encontrei ao todo apenas três pessoas que viam como você declara hoje. Meu pai, minha mãe e minha hoje esposa, Adriana. Para os demais era o fim...



Morri. E creio que à época, por mais aberto que você seja ou já fosse, nem você teria visto ou sentido como hoje, quase uma década depois.



Dou graças a Deus que você vê assim. Mas saiba: sei que você não via assim naquele tempo. Sim! Porque então, quem muito via, não via nada. Nem eu!



Com relação ao que você escreveu acerca do processo de “totemização” que aconteceu na “mente coletiva evangélica” a meu respeito — creio ser fato; e tenho expressado isto em diferentes lugares (aqui no site há muitos textos que tratam do tema em questão).



Falei no assunto em conferencias da Vinde, em livros, e em pregações, desde 1983, quando comecei a sentir os primeiros sinais disso se tornarem evidentes —; e, à época, a maior prova disso era a passionalidade com a qual me travavam, como se eu fosse o marido e o amante de todos, a ponto de ficarem magoados se eu não pudesse atender aos pedidos e solicitações que me faziam.



Era um inferno!



Meu livro “Confissões de um Pastor” também é um grito explicito disto, escrito e publicado em 1996. Está tudo lá. Quem leu, não entendeu porque não quis; pois, saiba: eles vêem, só não querem enxergar; ouvem, só não querem escutar; e sabem, só não querem admitir — a fim de não terem que se converter ao Evangelho da Graça de Deus.



Também falei extensamente acerca do fenômeno em meu livro “O Enigma da Graça”.



E o que há com “eles”?



Ora, sofrem da doença de Israel, diagnosticada pelos profetas e explicitada por Jesus!



Os que eu creio que haviam me visto como gente o tempo todo foram apenas os que me trataram a vida toda com toda normalidade, antes, durante e depois de tudo; os quais, reconheciam a Graça de Deus em minha vida, mas nunca confundiram aquilo comigo, como seu fosse o pai-de-mim-mesmo.



Minha vida hoje em nada é diferente da vida de antes, exceto pelos cem anos a mais de sentir e de discernir que me foram acrescentados; e pela quietude à qual hoje dou prioridade sobre todas as coisas horizontais.



Quero “a melhor parte”, aquela que Jesus disse à Marta e Maria que “não é tirada”.



Sobre o tema do pecado levantado por você, digo o seguinte:



Não peco nem mais nem menos do que antes. Sou pecador porque sou pecador, não porque peco; afinal, também digo há trinta e três anos, algo que aprendi com meu paizinho: “Você peca porque é pecador, e não é pecador porque peque; pois, seu pecado é que faz você pecar!”



Do ponto de vista humano eu sei que vivi uma vida irrepreensível, no espírito do que Paulo diz dever ser a qualificação de um bispo ou presbítero. Eu sei, a mãe de meus filhos sabe, eles também, e todos os que serviram comigo durante anos. Assim foi até que deixou de ser... E eu quase morri de dor.



Hoje vivo do mesmo modo, apenas sem um monte de neuroses sutis que a relação com a “massa evangélica” me causava, e eu nem sentia.



O Inconsciente Coletivo Evangélico é uma potestade poderosa, e, se a pessoa não estiver atenta, mesmo julgando-se livre “daquilo”, como sempre me entendi, ainda assim, muita coisa entra, e instila em você sentimentos que nada têm a ver com o Evangelho.



Portanto, o que você narrou, sempre foi algo que teve a ver com outros, contra minha vontade (como você colocou), e que, graças a Deus, veio abaixo por amor a eles; pois, entre eles, há milhões que amam a Deus e querem a Palavra; tendo sido, entretanto, sempre barrados pelos líderes que não querem nada que não lhes dê muito lucro, fama, poder, dinheiro e confortos...



E eu sei que eles ficaram muito mais ricos depois que saí de cena, e, também sei que tudo o que eles almejaram de todo o coração era que eu ficasse morto!



Sei por intuição ou revelação?



Não! Eles falaram na TV, nas rádios, nas revistas, nos jornais, nas igrejas, nos encontros de pastores, em onde puderam — e eu tenho centenas e centenas de testemunhas disto. Sim! Eles até se reuniram mais de uma vez para repartir o que chamaram de “o legado do Caio”.



Os que me odiavam pelo meu caminho e mensagem atrapalhar os planos deles, esses expressaram sua hostilidade, e fizeram dela doutrina para o povo evangélico. Já os que apenas achavam que se não podiam comigo, melhor seria estar perto, pegar carona, e posar de amigos — esses, quando tudo aconteceu, pensaram: “Como a gente andava com eles, vai sobrar tudo pra nós. Vejamos então como repartir as fatias...!”



Ah! Se eu hoje escrevesse as minhas “Confissões”, e nelas além de minhas próprias confissões também contasse tudo o que sei e ouvi, muita gente boa iria ficar sem saber pra onde ir.



Aqui e ali digo coisas. E muita gente se espanta. Há aqueles que pensam que é exagero, ou que é amargura, etc. Todavia, eles não sabem é que aquilo é a pontinha do Iceberg, e que se eu fosse amargurado, não estaria tratando de tudo como trato, sempre na esperança de que se convertam, mas, ao contrario disso, contaria o que sei, com nomes, datas, dias, meses, anos, e muitas e muitas testemunhas, e, para alguns casos, provas escritas, etc.



Todavia, não foi para isto que Deus me livrou das cadeias da religião. Antes, como você já percebeu, foi apenas para pregar o Evangelho de Jesus, sem rodeios e sem tempo a perder.



Você não tem idéia de como fico feliz ao encontrar pessoas como você, que crescem para discernir a Graça de Deus em ação em nosso caminhar histórico.



Fama? Poder? Dinheiro? Ora, saiba: se eu gostasse disso, estaria mais que muitas vezes milionário, inclusive hoje!



Entretanto, quero de Deus apenas o que for para Deus!



“Concedeu-lhes o queriam, mas fez definhar-lhes a alma” — diz o salmo.



Para mim esse deveria ser o epitáfio desta geração de “evangélicos”!



Querido amigo, saiba que é sempre um prazer, encontrando as suas cartas, responde-las. Se não respondo tudo, é porque somente anjos o conseguiriam, ou, então, evangelistas americanos, com suas máquinas de respostas impessoais, tiradas de modo numerado do computador. Aqui tudo vai na minha mão, ainda que doendo toda, e catando milho...





Receba meu carinho e meu beijão!





Nele, que foi coroado com espinhos,

Monday, October 16, 2006

oliver kleim

Pr. Caio Fabio,

Nos últimos dias tenho lido alguns autores diferentes, pois muito me interessei pelo assunto do Teísmo aberto, e ao ler alguns escritos de Paul Tillich, algumas afirmações dele me fizeram refletir e repensar boa parte da ortodoxia na qual sempre cri, ao longo dos meus anos como Cristão.Li algo. Mas como estava em um Comentário, e por eu não conhecer o contexto da afirmação, resolvi procurar ajuda para entendê-la. Esta foi a afirmação: "God does not exist. He is being itself beyond essence and existence. Therefore to argue that God exists is to deny him."Obrigado pastor.Ps: escrevi outras dúvidas em outra carta sobre Criacionismo, mas nem sei se você a recebeu.
Oliver kleim

Resposta:

Meu amado Oliver: Graça e Paz!É claro que a frase diz o que é!Deus não existe. Ele é Ele mesmo pra além de toda essência e existência. Portanto, argüir acerca da existência de Deus é o mesmo que negá-Lo.Deus não existe. Ele é. Eu existo. Pois existir não é algo que seja pertinente ao que É. Existir é o que se deriva do que sendo, É de si e por si mesmo.Deus não existe. O que existe tem começo. Deus nunca começou. Deus nunca surgiu. Nunca houve algo dentro do que Deus tenha aparecido.Deus não existe. Se Deus existisse, Ele não seria Deus, mas apenas um ser na existência.Se Deus existisse, Ele teria que ter aparecido dentro de algo, de alguma coisa, e, portanto, essa coisa dentro da qual Deus teria surgido, seria a Coisa-Deus de deus.Existem apenas as coisas que antes não existiam. Existir surge da não existência. Deus, porém, nunca existiu, pois Ele é.Sim, dizer que Deus existe no sentido de que Ele é alguém a ser afirmado como existente, é a própria negação de Deus. Pois, se alguém diz que Deus existe, por tal afirmação, afirma Deus, e, por tal razão, o nega; posto que Deus não tem que ser afirmado, mas apenas crido.Deus É, e, portanto, não existe. Existe o Cosmos. Existem as galáxias. Existem todos os entes energéticos. Existem anjos. Existem animais e toda sorte de vida e anima vivente. Existem vegetais, peixes, e organismos de toda sorte. Existem as partículas atômicas e as subatômicas. Existe o homem. Etc. Mas Deus não existe. Posto que se Deus existisse dentro da Existência, Ele seria parte dela, e não o Seu Criador.Um Criador que existisse em Algo, seria apenas um engenheiro Universal e um mestre de obras cósmico. Nada, além disso. Com muito poder. Porém, nada além de um Zeus Maior. Assim, quando se diz que Deus está morto, não se diz blasfêmia quando se o diz com a consciência acima expressa por mim; pois, nesse caso, quem morreu não foi Deus, mas o “Deus existente” criado pelos homens. Tal Deus morreu como conceito. Entretanto, tal Deus nunca morreu De Fato, pois, como fato, nunca existiu — exceto na mente de seus criadores. Assim, o exercício teológico, seja ele qual for, quando tenta estudar Deus e explicar Deus, tratando-o como existente, o nega; posto que diz que Deus existe, fazendo Dele um algo, um ente, uma criatura de nada e nem ninguém, mas que também veio a existir dentro de Algo que pré-existia a Ele, e, portanto, trata-se de Algo - Deus sobre o tal Deus que existe. A Escritura não oferece argumentos acerca da existência de Deus. Jesus tampouco tentou qualquer coisa do gênero. Tanto Jesus quanto a Escritura apenas afirmam a fé em Deus, e tal afirmação é do homem e para o homem — não para Deus —; pois se fosse para Deus, o homem seria o Deus de Deus, posto a existência de Deus dependeria da afirmação e do reconhecimento humano. Tal Deus nem é e nem existe; exceto na mente de seus criadores. Deus não existe. O que existe pertence ao mundo das coisas que existem OU não existem. Deus, porém, não pertence a nada, e, em relação a Ele, nada é relação. Defender a existência de Deus é ridículo. Sim, tal defesa apenas põe Deus entre os objetos de estudo. Por isto, dizer: “Deus existe e eu provo” — é não só estupidez e burrice; mas é, sem que se o queira, parte da profissão de fé que nega Deus; pois se tal Deus existe, e alguém prova isto, aquele que apresenta a prova, faz a si mesmo alguém de quem Deus depende pra existir... e ou ser.O que “existe”, pertence à categoria das que coisas que são porque estão. Deus, porém, não está; posto que Ele É.Ser e estar não são a mesma coisa, como o são na língua inglesa. O que existe pertence ao que é apenas porque está. Deus, entretanto, não está porque Ele É.“E quem direi que me enviou?” — perguntou Moisés. “Dize-lhes: Eu sou me enviou a vós outros!” — disse Ele.Desse modo, Deus não diz “Eu Estou”, mas sim “Eu Sou”. Ora, um Deus que está, não é, mas passou a ser. Porém o Deus que É, mas não está; não pertence ao mundo das coisas verificáveis; posto que Aquele que É, não está; pois se estivesse, seria —, mas não Seria Aquele de Quem procedem todas as existências, sendo Ele apenas um ele, e não Ele; e, por tal razão, fazendo parte das coisas que existem — mas sem poder dizer Eu Sou!Jesus também falou da sutileza do ser em relação ao estar. Quando indagado acerca da ressurreição pelos saduceus (que não criam em nada que não fosse tangível), Ele respondeu: “Não lestes o que está escrito? Eu sou o Deus de Abraão, eu sou o Deus de Isaque, eu sou o Deus de Jacó. Portanto, Ele é Deus de vivos, e não de mortos; pois para Ele todos vivem”. Assim, os que vivem para sempre são os que são em Deus, e não os que estão existindo. A vida eterna não é existir pra sempre, mas ser em Deus.Assim, para viver eternamente eu tenho que entrar na dissolvência da existência, a fim de poder mergulhar naquilo que está pra além do que existe; posto que É. A morte pertence à existência. A vida, porém, se vincula ao que não existe, pois, de fato É. O que existe carrega vida, mas não é vida. A vida, paradoxalmente, não pertence ao que é existente, mas sim ao que É. Quando falo de vida, refiro-me não às cadeias de natureza biológica que constituem a vida dentro da existência. Mas, ao contrario, ao falar em vida, refiro-me ao que é para além da existência constatável. Portanto, Paul Tillich tem razão quando diz: “God does not exist. He is being itself beyond essence and existence. Therefore to argue that God exists is to deny him”. Ora, usando uma gíria de hoje, eu diria: Tillich tem razão quando diz: “Deus não existe!” — pois é isto que hoje se diz quando algo está pra além da existência: “Meu Deus! Esse cara não existe!”. Assim é com Deus: Não existe! Pois é de-mais!Um beijo pra você!Ame-o, e nunca o deixe!Nele, que não existe, pois É,


Caio

Friday, October 06, 2006

Voto Nulo

Ser nulo é a posição mais cômoda, que menos exige reflexão ou compromisso. Ser nulo é ser morno e digno de ser vomitado.
As mentes mais ridiculas e tacanhas pensam que ao votar nulamente, defendem um ponto de vista mais equilibrado e que fazem um voto de protesto, porém esta posição nem para isso serve pois que é NULA, e o que é nulo, não exprime posicionamento algum mas sim abstração e descompromisso.
Ouvir esta idéia de um evangelico que justifica-se dizendo que os candidatos são escolidos de Deus, demosntra apenas uma brutal falta de cultura política e cívica.
Substituir a educação e a formação de um pensamento lógico e equilibrado por uma visão espiritualizada de tudo, acaba apenas produzido aberrações que guiam-se por profetadas produzidas por eles mesmos. Foram estes que elegeram Collor como o candidato de "deus" para vencer o vermelho satanico. Pois bem, caiu aquele por corrupção, descobriu-se totalmente envolvido com macumbaria... e agora? Não era o candidato divino? Cadê o profeta que em minha igreja, quando eu era adolescente, dizia " votem em collor pois Deus o levantou".
O barbudo do mal hoje esta no poder e quem vai se levantar para dizer que o tucano nariz de tucano é azul e por isso é do céu?
A quem pertence meu voto? isso é problema meu, mas nulo não será , jamais.

Thursday, August 10, 2006

Não sei para onde vou mas sei onde não quero ficar

A busca incessante pela verdade nunca obterá êxito quando for feita voltada para os próprios conceitos e certezas, uma vez que estes cerceiam todo novo pensamento. Compartilhar com os outros e deles receber é a chave para nunca nos fecharmos em nós mesmos e continuarmos sempre crescendo. Esta idéia não é óbviamente original. Paulo ja disse : - "transformai-vos pela renovação de vossas mentes por que isto é um verdadeiro culto a Deus" (citação livre de Rm 12). Ao meu ver esta é a função da igreja, prestar culto a Deus pela tranformação mútua de nossas mentes, o resto é periférico.
Porém esta eterna busca poderia nos levar para mais longe da verdade se não fosse feita em direção da mesma e é a nessecidade de um 'norte' que me faz voltar-me a Cristo que segundo Caio Fabio é a " chave ermenêutica de toda a bíblia e de toda a filosofia cristã.